Visão Celular M12 - NEWS


No Útero da Nação, o palco se transforma em Altar

Palco é o lugar para representações em geral. Altar é o lugar onde há o fogo de Deus. A transformação de um mero palco em um Altar dá-se essencialmente quando quem o executa é tocado pela unção do Senhor para executar um projeto dEle, para a glória dEle a

Por definição, palco é o lugar para representações em geral, lugar onde artistas se apresentam, podendo assumir as mais variadas formas em função da plateia e do objetivo cênico. Conta normalmente com o auxílio essencial da luminotécnica para transmitir efeitos e sensações, as mais diversas. Assim é o palco. Lugar que preponderantemente é criado a serviço do homem, para exposição de suas idéias, pensamentos e emoções. Tem sido assim há milhares de anos, desde que o homem começou a ter necessidade de um lugar para expressar-se, inclusive artisticamente.

E Altar... A palavra altar é originária da língua latina: altare. O latim usa também a palavra altarium (no latim clássico: altaria, só no plural). Vem do verbo álere, cujo particípio passado é altus. O verbo álere significa alimentar, nutrir. Mas também significa fazer crescer, desenvolver, animar, fomentar. O altar está relacionado diretamente aos sacrifícios. A própria palavra hebraica para “altar”, mizbeah, significa exatamente isso: lugar onde se sacrifica. Mas pode ter também o sentido de monumento, lembrando alguma extraordinária experiência sobrenatural, uma especial e inesquecível experiência com Deus (Gênesis 12:8; 13:8; 26:25; 33:20).

Sobre o Altar e pelo Altar, Deus entrava em contato com o Seu povo. No Altar, há o fogo de Deus; no palco, a força humana na expressão de um talento para glorificar o ego.

Êxodo 31:1-11 diz: “Depois disse o Senhor a Moisés: Eis que eu tenho chamado por nome a Bezaleel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, no tocante à sabedoria, ao entendimento, à ciência e a todo ofício, para inventar obras artísticas, e trabalhar em ouro, em prata e em bronze, e em lavramento de pedras para engastar, e em entalhadura de madeira, enfim para trabalhar em todo ofício. E eis que eu tenho designado com ele a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, e tenho dado sabedoria ao coração de todos os homens hábeis, para fazerem tudo o que te hei ordenado…”.

Vemos que Deus tinha um projeto que deveria ser executado por homens que Ele escolheria, santificaria (separaria), e pelo toque do Seu Espírito os capacitaria.

Tomemos como exemplo a Arca da Aliança: muitos artistas poderiam tê-la executado com riquezas de detalhe, em ouro e pedras preciosas, muitas até mais bonitas e bem acabadas do que a que conhecemos na Bíblia, porém não seria a Arca de Deus. Da mesma forma, o candelabro, o propiciatório, o altar do incenso e o altar do sacrifício. A diferença estava num ungido de Deus que executaria a tarefa.

Fiz muitos palcos no passado, e isso me deu conhecimento técnico e desenvolvimento de habilidades, porém nenhum deles expressava a glória de Deus e também não O glorificava. Ao término de cada trabalho, havia a glória humana, porém o sentimento de vazio interior era muito grande.

A capacitação de Deus envolve um aproveitamento do potencial natural dado por Ele, mas agora não mais para executar tarefas meramente naturais, que exaltam o homem. Com o chamado de Deus, tudo passa a tocar o sobrenatural, expressar os pensamentos e os desejos dEle. Cada cena, cada movimento, reveste-se de um caráter profético na intenção de exprimir os sonhos de Deus para uma geração.

A transformação de um mero palco em um Altar dá-se essencialmente quando quem o executa é tocado pela unção do Senhor para executar um projeto dEle, para a glória dEle a fim de tocar o Seu povo.

Hoje vivemos um tempo de explosão de crescimento da Igreja: templos são construídos, congressos são realizados e os homens com habilidades e talentos para realizar essa obra precisam estar sensíveis à voz de Deus para o exercício desse ministério. Deus quer tocar muitas pessoas, Ele quer muitos “Bezaleel”. Porém, é preciso que os vocacionados se permitam uma vida de separação, de santidade. O rei Davi não pôde construir o templo por ter suas mãos manchadas de sangue. Isso reflete o zelo do Senhor para com a Sua casa, o Seu templo, e para com todos os utensílios que remetem ao Santo Lugar.

Êxodo 35:34 diz: “Também lhe dispôs o coração para ensinar a outros; a ele (Bezaleel) e a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã”. Há uma chamada para que esse ministério seja ampliado pelo ensino e aprendizado.

Você que se sente vocacionado, prepare-se! As tendas do Senhor estão sendo alargadas e exigem uma sofisticação e detalhamentos compatíveis com os novos tempos. Invista em conhecimento e em burilamento dos dons que o Senhor lhe confiou. Não ficaremos aquém das realizações, produções ou obras babilônicas que enaltecem o homem, pois o Deus de Israel, que não dormita nem dorme, nos chamou para revelar de forma artística os sonhos do Seu coração.

Pastor Izahú Vilhena